quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Kim Ball O'hara - III

Kim no Serviço Secreto

Certa vez, Kim viajava em comboio e encontrou um indígena que estava muito ferido na cabeça e nos braços. O indígena explicou que havia caído de uma carroça quando se dirigia para a estação, mas Kim como bom observador, notou que os ferimentos eram fundos e não apenas esfoladelas como seriam se tivesse caído de uma carroça.
Enquanto o homem apertava a cabeça com uma faixa, Kim reparou em que ele trazia um medalhão como o seu, e por isso lhe mostrou o que carregava cosigo. O homem introduziu logo na conversa algumas palavras secretas e Kim respondeu com os devidos termos. O desconhecido retirou-se depois com Kim para um canto e explicou-lhe que estava realizando uma missão secreta, e fora descoberto e perseguido por inimigos que quase o mataram. Kim no serviço secreto
Provavelmente sabiam que ele ia no comboio e logicamente iriam telegrafar aos seus companheiros para preveni-los de sua ida. Ele precisava repassar uma certa informação a um oficial de polícia e evitar que os inimigos o apanhassem, mas não sabia como iria fazer.
Assim, Kim resolveu-lhe o problema. Há na Índia muitos mendigos sagrados que vagueiam pelo país. Sõo tídos por muito como santos e todas os ajudam e lhes dão esmolas e comida. Estes mendigos andam quase nus, cobrem-se de cinzas e pintam na cara certos sinais. Kim lembrou-se, por isso, de disfarçar o homem de mendigo, para isso, misturou farinha e cinza que tirou de um cachimbo, despiu o amigo e esfregou-o todo com a mistura.
Também aplicou a mistura nas feridas, de modo que estas não fossem notadas. Finalmente, com o auxílio de uma pequena caixa de tintas que trazia consigo, traçou-lhe na testa os sinais apropriados, e puxou-lhe o cabelo para baixo, para lhe dar o aspecto desgrenhado de um mendigo, cobrindo-lhe de pó, de modo a que a própria mãe não o reconheceria.
Em pouco tempo, chegaram a uma grande estação. No cais descobriram o oficial da polícia a quem o homem deveria informar. O mendigo disfarçado foi de encontro ao oficial, que o descompôs em inglês. O mendigo respondeu-lhe com um rosário de insultos na língua indígena, no meio dos quais introduziu as palavras secretas. O oficial logo percebeu por elas que o mendigo era um agente. Fingiu que o prendia e levou-o para a esquadra policial, onde pôde falar à vontade e ouvir o que ele tinha a dizer
Mais tarde Kim conheceu outro agente do serviço secreto, um indígena bem educado, e pô nesta ocasião lhe prestar um valioso auxílio na captura de dois oficiais que faziam espionagem.
Estas e outras aventuras de Kim merecem bem ser lidas, porque mostram quais os valiosos são os serviços que um jovem explorador pode prestar ao seu país em ocasiões de emergência, se estiver devidamente preparado e for suficientemente i nteligente.

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